Nós, sentadas na parada, completamente escura. A rua era mal iluminada por um único poste. Fumando talvez o quinto cigarro do dia.
Eu perguntei como ela aguentava o que estava acontecendo com ela. Eu não resistiria, disse, não resistiria nem na situação que estou, quanto mais na dela, e assim, calada? Como ela poderia ser tão forte?
Ela me respondeu que não sabia, que só esperava e ia em frente até que as coisas talvez se acertassem por si só.
Eu perguntava se deveria acreditar em uma pessoa.
Ela me respondeu que não.
Eu disse que não queria exatamente que fosse desse jeito meio vazio que sempre é (eu já não tinha como esvaziar uma coisa que não nasceu vazia!), mas também não era ingênua a ponto de esperar alguma coisa, mas de alguma forma, ainda acreditava, e gostava de acreditar, e remirava aquelas palavras que eu achara especial e guardara, e as repetia pra ela, num tom alegre, repetia pra outras pessoas, e questionava se acreditaria, na verdade achava que tudo que queria era ouvir um sim, mas eu já não sei se era sim que eu queria, porque eu não queria abrir a porta outra vez, entende? Então eu contava e esperava que as pessoas dissessem qualquer coisa, porque não importa o que elas dissessem, nunca seria o que eu queria ouvir mesmo. Mas ela foi um pouco mais dura, disse que era mentira, disse que eu sou mais uma, e que pra mim deveria ser da mesma forma: não ter valor nenhum. Ela disse que a gente encontra outra pessoa. Ela disse que eu não deveria me deixar levar.
E ela nunca errou.
...
Ela comentou o quanto era difícil crescer.
Eu pensava...
Ela se calou.
Eu também.
Eu me atiraria no colo dela e choraria por horas, e ela não iria pra casa, e ficaríamos assim, chorando, quem sabe as duas, porque era difícil crescer.
Mas ela foi embora.
Depois disse que gostaria de me contar tudo, mas desabaria na minha frente, e não queria, mas que não suportava continuar aguentando tudo aquilo sozinha.
Eu também não.
E foi a primeira vez que eu vi que realmente não podia levar tanta coisa nas costas em silêncio, sem dobrar os joelhos, sem parar pra descansar e sem olhar pros lados.
Eu perguntei como ela aguentava o que estava acontecendo com ela. Eu não resistiria, disse, não resistiria nem na situação que estou, quanto mais na dela, e assim, calada? Como ela poderia ser tão forte?
Ela me respondeu que não sabia, que só esperava e ia em frente até que as coisas talvez se acertassem por si só.
Eu perguntava se deveria acreditar em uma pessoa.
Ela me respondeu que não.
Eu disse que não queria exatamente que fosse desse jeito meio vazio que sempre é (eu já não tinha como esvaziar uma coisa que não nasceu vazia!), mas também não era ingênua a ponto de esperar alguma coisa, mas de alguma forma, ainda acreditava, e gostava de acreditar, e remirava aquelas palavras que eu achara especial e guardara, e as repetia pra ela, num tom alegre, repetia pra outras pessoas, e questionava se acreditaria, na verdade achava que tudo que queria era ouvir um sim, mas eu já não sei se era sim que eu queria, porque eu não queria abrir a porta outra vez, entende? Então eu contava e esperava que as pessoas dissessem qualquer coisa, porque não importa o que elas dissessem, nunca seria o que eu queria ouvir mesmo. Mas ela foi um pouco mais dura, disse que era mentira, disse que eu sou mais uma, e que pra mim deveria ser da mesma forma: não ter valor nenhum. Ela disse que a gente encontra outra pessoa. Ela disse que eu não deveria me deixar levar.
E ela nunca errou.
...
Ela comentou o quanto era difícil crescer.
Eu pensava...
Ela se calou.
Eu também.
Eu me atiraria no colo dela e choraria por horas, e ela não iria pra casa, e ficaríamos assim, chorando, quem sabe as duas, porque era difícil crescer.
Mas ela foi embora.
Depois disse que gostaria de me contar tudo, mas desabaria na minha frente, e não queria, mas que não suportava continuar aguentando tudo aquilo sozinha.
Eu também não.
E foi a primeira vez que eu vi que realmente não podia levar tanta coisa nas costas em silêncio, sem dobrar os joelhos, sem parar pra descansar e sem olhar pros lados.
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