"Uma noite, no clube da luta, pus um novato a nocaute. Era sábado, um
garoto com cara de anjo veio pela primeira vez ao clube da luta, e eu o desafiei para lutar.(...) Há um golpe de luta que deixa o outro com ar suficiente para ficar consciente, e nessa noite no clube da luta eu bati no nosso calouro e soquei a linda carinha de anjo, primeiro com os nós dos dedos, depois com o punho fechado, até ficar com os dedos feridos de tanto socar os dentes. Então o garoto desmoronou em meus braços. (...)
Tyler perguntou com que eu estava lutando.garoto com cara de anjo veio pela primeira vez ao clube da luta, e eu o desafiei para lutar.(...) Há um golpe de luta que deixa o outro com ar suficiente para ficar consciente, e nessa noite no clube da luta eu bati no nosso calouro e soquei a linda carinha de anjo, primeiro com os nós dos dedos, depois com o punho fechado, até ficar com os dedos feridos de tanto socar os dentes. Então o garoto desmoronou em meus braços. (...)
Sabe as coisas que Tyler diz sobre ser um merda, um escravo da história?
Pois era assim que eu me sentia. Queria destruir tudo de belo que nunca tive. Pôr fogo na floresta Amazônica. Injetar CFCs direto na camada de ozônio. Abrir
válvulas de descarga dos superpetroleiros e destampar poços de petróleo em alto mar. Queria matar os peixes que não pudesse comer e contaminar as praias francesas que não conheci.
Queria que o mundo todo chegasse ao fundo.
Batendo naquele garoto, o que eu queria, na verdade, era meter uma bala no meio da testa de todos os pandas ameaçados que não trepavam para salvar a espécie e de cada baleia ou golfinho que desistisse de lutar e encalhasse na praia.
Não veja isso como extinção. Veja como diminuição da espécie.
Por milhares de anos, os seres humanos fodem e sujam e cagam em cima deste planeta, e agora a história quer que eu limpe tudo. Preciso lavar e amassar as latas de sopa. E dar conta de cada gota de óleo dos motores.
E ainda tenho de pagar a conta pelo lixo nuclear, pelos depósitos de gasolina queimados e pela lama tóxica despejada por uma geração anterior à minha.
Apoiei a cabeça do anjinho como se fosse um bebê ou uma bola de futebol na dobra do meu braço e bati nela com os nós dos dedos, bati até sentir os dentes se quebrando. Depois, usei o cotovelo, e ele foi escorregando dos meus braços até cair aos meus pés.
Eu queria sentir cheiro de fumaça.
Pássaros e cervos são meros luxos e todo peixe deveria voar.
Eu queria pôr fogo no Louvre. E limpar a bunda com a Mona Lisa. Este é o meu mundo, agora.
Este é o meu mundo, o meu mundo, e os antigos estão mortos.
Foi naquele café da manhã que Tyler inventou o Projeto de Ações Violentas.
Ele queria que o mundo ficasse livre da história."
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